A conjuntura sociopolítica actual, de que estamos rodeados, é de extrema adversidade a todos os níveis. Não se vislumbra nenhuma política credível por parte daqueles que nos governam, capaz de alterar o rumo das coisas, que cada vez mais estão a caminhar-nos para um beco sem saída, que alguns apelidam como “tragédia colectiva”. O país está completamente falido, juntamente com as respectivas famílias, submetendo muita gente ao flagelo da miséria e do desemprego, sem condições mínimas para assegurar as despesas básicas, que têm a ver com o sustento diário e outros encargos indispensáveis da vida corrente.
Se já não temos motivos de orgulho na realidade política vigente, muito menos poderíamos ter do ponto de vista social, na medida em que a maioria das consequências políticas que estamos a pagar derivam, única e exclusivamente, da nossa mentalidade gananciosa.
Vivemos numa sociedade egocêntrica, onde tudo gira em torno da satisfação dos caprichos individuais, que não vê os meios para atingir os tais obscuros objectivos, afastando-se por completo das normas que outrora eram espelhos e regras-conduta imanentes da sociedade, conhecidos como Princípios e Valores, norteadores da conduta humana, através da reiterada prática da moral e dos bons costumes comummente aceites por todos, sem quaisquer questionamentos. Por esta razão, o pensador francês, Eustache Deschamps, não podia ter mais razão na sua crítica à realidade mundial, onde expressa um sentimento geral de desânimo e de melancolia face aquilo que constatava nos homens do seu tempo, afirmando expressamente que existem apenas "fêmeas e machos estúpidos”, apontando para o fim do mundo, como sendo a consequência natural por este condenado postura e forma de estar na vida das pessoas.
Para ultrapassarmos definitivamente estes maléficos flagelos, é preciso repensar seriamente o nosso modelo de sociedade e arranjar alternativas melhores, que assentem nos princípios axiológicos da Pessoa Humana e num humanismo social equilibrado, com vista a permitir-nos construir uma sociedade saudável e sem desequilíbrios onde todos possam sentir-se plenamente felizes e realizados.
(Artigo escrito por Térsio Vieira, extraído no blog "As Verdades").
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